Na madrugada de 23 de fevereiro, Padre Oliveira teve outro sonho bastante simbólico. Desta vez, ao acordar, não teve a intuição de conferir o horário, mas sentiu que havia recebido uma revelação.
No sonho, o padre estava no campo, em um local que parecia ser uma fazenda. Era noite. Viu, aos pés de uma grande figueira, um ancião, de barba grande, bem-vestido, usando fatiota de época e boina. Uma lanterna de modelo antigo, pendurada na árvore, o iluminava. Ao lado dele, era possível ver um belíssimo baú de madeira. O homem, com uma pá, cavava um buraco e, ao mesmo tempo, chorava.
O sacerdote chegou mais perto e perguntou:
— O que estás fazendo?
Arrastando o baú em direção ao buraco, o ancião, com olhar dócil e voz rouca, respondeu:
— Enterrando o maior tesouro que já existiu…
— Mas por quê? — perguntou o padre.
— Porque meu patrão mandou.
Padre Oliveira sentiu muita tristeza pela situação daquele senhor. Então, perguntou:
— O que vais fazer agora?
— Continuarei servindo a meu patrão — o homem respondeu. — Porque, ainda que enterrado, o tesouro ainda existe…
Após essa frase, o padre acordou.
Naquela mesma manhã, ele viu a notícia de que o Papa havia editado um documento restringindo a celebração da Missa Tridentina. Entendeu que o sonho estava relacionado a isso, porém tratava, possivelmente, não apenas do rito, mas também de outros elementos ligados à Santa Tradição. Esta era personificada pelo ancião, que, apesar de triste, não demonstrava nenhuma espécie de ódio ao patrão — pelo contrário: aparentava paz. Entretanto, o padre não compreendeu se o sonho descrevia espiritualmente o que já aconteceu ou se profetizava algo que ainda está por acontecer.
Entendo que, se a revelação enfatizou como positivo o fato de se manter o tesouro existindo, apesar de escondido, é porque o Inimigo tinha o plano de destruí-lo, mas não o conseguiu realizar. E a ênfase de não ser o fim do tesouro parece indicar que, um dia, ele há de ser desenterrado.
Oremos pela Tradição da Igreja, que tanto vem sofrendo nesses tempos sombrios. Que seu Tesouro não fique por tanto tempo oculto e logo todos possam ver, à luz do dia, as riquezas que nele são preservadas.
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