Em 2 de fevereiro, completa-se o quadragésimo dia desde o Natal. Tal período era exigido pela Antiga Lei judaica para a mãe ser purificada após o parto. Maria, embora não precisasse de purificação, cumpriu a Lei e apresentou o Menino Jesus no Templo. Segundo a visão de Beata Ana Catarina Emmerich, o dia ainda não tinha clareado e a Sagrada Família carregava uma luz.
Quando São Simeão viu Jesus, chamou-O de “luz para iluminar as nações” (Lc 2,32). Nas versões latina e grega das Escrituras, a palavra aqui traduzida como “iluminar” também é usada para falar de revelações: “lumen ad revelationem gentium” (latim) e “phôs eis apokálypsin ethôn” (grego). Velar é cobrir algo com um véu; revelar é descobri-lo, pô-lo à luz.
No Prólogo de São João, o evangelista diz que o Verbo é a verdadeira luz, que, vindo ao mundo, ilumina todo homem (Jo 1,9). No mesmo Evangelho, Jesus revela: “Eu sou a luz do mundo.” (8,12)
Nesse dia, a Igreja celebra uma festa com nomes diversos — Purificação, Apresentação, Nossa Senhora da Luz ou da Candelária, entre outros — enquanto dá a bênção das velas, cujo simbolismo lembra-nos a Paixão de Cristo. A cera que se consome é o sacrifício; a chama, a caridade; o pavio, a alma.
Na Páscoa, acende-se o Círio Pascal, feito de cera de abelha. A abelha operária, que produz em seu ventre a cera, permanece sempre virgem, como Maria.
A palavra Páscoa origina-se do hebraico Pesach, que significa "passar adiante" e remete a quando, na décima praga do Egito, passou o anjo que exterminou os primogênitos dos egípcios e possibilitou a libertação do povo de Israel. Para serem poupados, os judeus deveriam aspergir suas portas com sangue de cordeiro e manter-se em casa à noite.
Há profecias, como as de Beato Palau e Venerável Bartolomeu Holzhauser, que anunciam que o mesmo Anjo Exterminador ceifará a vida dos ímpios durante os Três Dias de Trevas. Desta vez, serão poupados aqueles que, fechando suas portas e janelas, acenderem velas bentas, sinal da Chama do Amor divino.
É da vontade de Deus que, no dia 2 de fevereiro, seus filhos participem das festas em honra à Sua Mãe, abençoem velas e as guardem para a hora da Tribulação.
E assim como a Virgem chegou ao Templo carregando o Menino Jesus, Luz do Mundo, nós, como candelabros, devemos carregá-Lo em nosso coração. Ele é a chama que permanecerá acesa quando nos parecer que só restam trevas.
Acho que o Céu está esperando só essa última festa relacionada ao Natal para permitir o início dos mais graves acontecimentos.